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Coronavírus: com restrições em asilos por causa da pandemia, artistas mineiros fazem cadernos de colorir para idosos

Desenhos que estão espalhados pelas ruas agora são alento em instituições filantrópicas.

Os traços de artistas que colorem Belo Horizonte em grafites e murais passaram também a ser alento a idosos em lares da capital e da Região Metropolitana. Desenhos que estão espalhados pelas ruas agora ganharam cadernos, que são distribuídos em 28 instituições filantrópicas, junto a um kit com lápis de cor, apontador e borracha.

“Agora todos os lares, desde que começou a pandemia, suspenderam visitas e atividades. Então pensamos no que poderíamos fazer para levar um pouco de alegria e de cor e sem levar risco para eles. Então, tivemos a ideia de chamar os artistas para que cada um pudesse fazer um caderno de colorir”, conta a mobilizadora do Movimento Gentileza, Simone Araújo.

No mês de maio, o bolinho mais famoso de Belo Horizonte, personagem criado pela artista Maria Raquel, ocupa as páginas dos cadernos. Antes, em abril, as ilustrações foram feitas pelo artista Fernando Perdigão.

“Esse momento de colorir veio na verdade como esperança e de acalento”, diz Lúcia Helena de Paula, coordenadora do lar Recanto Feliz São Francisco de Assis, que fica no bairro Betânia, na Região Oeste.

Segundo ela, a atividade se transformou também em espaço de convivência e de cantoria, que ajuda amenizar a apreensão provocada pela pandemia. Por dia, as residentes do lar, que abriga 18 idosas, passam cerca de duas horas preenchendo os traços de cor e cantando.

“A gente começou a perceber elas não colorem por obrigação. É aquele momento de sala, de cozinha, de casa de ‘vó’, que todo mundo começa a conversar. E aí tem até um pouco de disputa de qual desenho é o mais bonito”, conta.

Além de cadernos de colorir, idosos ganham kit com lápis de cor, apontador e borracha — Foto: PBH/Divulgação

Além de cadernos de colorir, idosos ganham kit com lápis de cor, apontador e borracha — Foto: PBH/Divulgação

A iniciativa é coordenada primeira-dama da capital, Ana Laender, e toda realizada de forma voluntária. “Na primeira edição, com dez dias, o Fernando Perdigão entregou os desenhos, uma gráfica parceira imprimiu, e aí apareceu uma doação de quase 700 caixas de lápis de cor e de mais de mil apontadores. A gente estava batendo cabeça de como faríamos e esse material caiu do céu”, afirma Simome.

Para evitar qualquer risco aos idosos, que fazem parte do grupo de risco de contágio da Covid-19, os kits são higienizados antes de serem entregues.

Para os próximos meses já estão confirmadas as participações dos artistas visuais Binho, Prisca Paes, Ramar e Tão. De acordo com a mobilizadora, a intenção é que, ao fim da quarentena, uma exposição seja realizada com os desenhos coloridos como forma de homenagear os idosos e em agradecimento aos artistas.

“Numa rede de poucas pessoas a gente consegue atingir uma rede importante dos idosos. A moral dessa história é que, com criatividade e com amor, a gente consegue fazer entregas que preenchem esse momento e levam, arte, cor e diversão para esses idosos”, diz Simone.

*Fonte: Portal G1

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